Bolos

Bolo de mel e azeite

Trás-os-montes, essa musa inspiradora!


Por lá andei no fim de semana e me regalei com tanta beleza que vi e pelas delícias que provei. Decidi continuar a “viagem” por estas paragens e fi-lo através dos meus livros de culinária.

Uma perdição de tanta receita magnífica! A mim apetecia-me ter tempo para experimentar todas 🙂

Das doces às salgadas, todas me parecem tão especiais. Tenho a certeza que o são!

Hoje, porque me fazia falta um docinho, optei por testar esta que partilho convosco.

Se querem perfumar a cozinha com o aroma de um bolo, este é perfeito para esse efeito. E também o é por ser tão delicioso e fofo!

Ingredientes:

  • 6 ovos
  • 1 limão
  • 100g de açúcar
  • 1 dl de mel
  • 1 c. (chá) de canela
  • 10 c. (sopa) de azeite
  • 150g de farinha com fermento
  • manteiga para a forma


Preparação:

Separe as gemas das claras. Bata as claras em castelo com umas gotas de sumo de limão e, aos poucos, adicione o açúcar peneirado (adicionei, lentamente, em chuva). Bata até obter uma massa de merengue. Reserve.
Bata as gemas com o mel e misture com a raspa de limão e a canela. Adicione o azeite, em fio, e bata de novo (deixei bater bem, até ficar uma massa esbranquiçada e fofa).
Gradualmente, adicione as claras alternando com a farinha (peneirei-a, como sempre).
Envolva tudo sem bater. Deite a massa numa forma untada com manteiga e leve ao forno pré-aquecido (aqueci a 180ºC), até crescer e o bolo ficar dourado (esteve 45 minutos no forno).
O melhor da doçaria regional portuguesa – TRÁS-OS-MONTES. BIBLIOTECA ACTIVA. 

Miguel Torga – Um Reino Maravilhoso (Trás-os-Montes)

Vou falar-lhes dum Reino Maravilhoso. Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. Ora, o que pretendo mostrar, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que se possam imaginar. Começa logo porque fica no cimo de Portugal, como os ninhos ficam no cimo das árvores para que a distância os torne mais impossíveis e apetecidos. E quem namora ninhos cá de baixo, se realmente é rapaz e não tem medo das alturas, depois de trepar e atingir a crista do sonho, contempla a própria bem-aventurança.

Vê-se primeiro um mar de pedras. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus criador e dominador. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunciar o começo duma grande hora. De repente, rasga a crosta do silêncio uma voz de franqueza desembainhada:

– Para cá do Marão, mandam os que cá estão!… (…)




                             




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