“O fruto da alfarrobeira é como o porco: tudo pode ser aproveitado”
O fruto da alfarrobeira é como o porco: tudo pode ser aproveitado. A excelência vem-lhe da semente de que se extrai a goma, constituída por hidratos de carbono que possuem uma elevada qualidade como espessante, estabilizante, emulsionante e múltiplas utilizações nas indústrias alimentar, farmacêutica, têxtil e cosmética. Mas, a semente representa apenas 10% da vagem e a polpa é utilizada na alimentação animal e, devido ao seu sabor e características bioquímicas, pode ter muitas aplicações culinárias.
No poema “Em Louvor da Alfarrobeira”, inserido no livro de “Natural do Algarve”, Leonel Neves, meteorologista e grande autor de poemas e histórias para jovens, explica por que elege a alfarrobeira, entre as suas “árvores de amar”; antes da amendoeira e da figueira.
Sobre a amendoeira, diz: “trouxe o inverno pássaros de neve/ que acharam no Algarve a Primavera,/ e deles a amendoeira fez um véu”.
A pobre da figueira “embala a fome aos donos e a todos/ – pássaros, vagabundos e meninos” mas, “no inverno já ninguém a ama,/ e atira ao vento os braços desprezados,/ como uma mãe que chama/ moços mortos no mar ou emigrados…”
A alfarrobeira, não. “Séria, quieta,/ mal se vê, não se despe nem se perde:/ concebe os frutos, íntima e discreta,/ no silêncio da sua copa verde.” E oferece-nos “pão de mula, com lágrimas lá dentro”. “Sementes de alfarroba que o Algarve exporta/ e que depois importa/ como tinta, como cola./ Tinta para um cartaz com amendoeiras,/ cola de caixa com figuinhos lampos.”
informação daqui: Cata-Ventos: Em louvor da alfarrobeira
Pão de trigo e alfarroba
Ingredientes:
- 375g farinha trigo T65
- 125g farinha alfarroba
- 450ml de água tépida
- 10g de sal
- 10g de açúcar
- 20g fermento de padeiro fresco (ou 10g de fermento seco… ou 200g de massa mãe)
Preparação:
Num recipiente grande coloque as farinhas e o sal. Abra um buraco no centro da farinha e verta lá a água fermentada.
Com a mão vá envolvendo até que tudo esteja bem misturado. Não é preciso amassar nada, apenas misturar até que a farinha absorva toda a água.
Cubra com um pano e deixe levedar 2 a 3h, ou até que a massa tenha, no mínimo, duplicado de tamanho (a minha triplicou).
Numa superfície, bem enfarinhada, despeje a massa levedada. Puxe uma ponta da massa até ao centro e depois a outra. Repita esta operação algumas vezes, polvilhando com farinha de trigo, até que a massa ganhe consistência.
Divida a massa em 2 partes iguais e depois de ter os pães moldados, deixe a massa repousar.
Coloque os pães num tabuleiro, forrado com papel vegetal ou tapete anti aderente e polvilhado com farinha.
Leve ao forno pré-aquecido a 240ºC, durante 45 minutos ou até que esteja cozido.
SUGESTÃO:
queijo q.b.
fiambre q.b.
bacon q.b. (ficou a tostar no forno quando tirei o pão)
1 ovo (o que usei era de pata) 🙂
maionese q.b.
Abrir o pão e acamar tudo lá dentro (até desmoronar e não caber mais). 👌
É possível esta receita ser aplicada numa máquina de fazer pão.?
E será que é possível usar o modo rápido ( 58 min na minha máquina) e o pão ficar bom?
Possível é, certamente. Tente adaptar os ingredientes a outra receita que tenha no livro da sua máquina e experimente. Se não calhar bem à primeira, faça os ajustes necessários.
Seria o que eu faria 😉