O pecado (não) mora ao lado!
Pois não, mora mesmo aqui!!! Uma tarte que leva 0,5 Kg de açúcar habilita-se a ser considerada um pecado capital. 🙂
Pois é… bem vi por aí que alguns lhe “roubam” açúcar e garantem que fica igualmente deliciosa. Mas eu nestas coisas, da doçaria regional, não gosto de alterar nada. Se é para experimentar, que seja à séria!
Claro que não posso andar a comer estas tentações todos os santos dias (não que me importasse), mas às vezes tem que ser. Até porque ainda há tanto a experimentar e esta é só mais uma das infinitas receitas maravilhosas da nossa doçaria regional.
Desta vez rumei até Lamego, que é uma cidade no norte de Portugal, possuidora de uma grande riqueza histórica, cultural e gastronómica.
Exemplo dessa riqueza é esta tarte, que tal como a maioria da nossa doçaria regional, tem como ingredientes base a amêndoa, os ovos (sobretudo gemas) e o açúcar.
E por falar em pecados… outro grandito é a cobiça!
Que foi exactamente o que eu cometi ao namorar estas cozinhas! Bem… há-as para todos os gostos e tal como na doçaria, não me importava de as experimentar a todas.
São lindas e já me fizeram imaginar a minha artilharia espalhada por aqueles móveis. E olhem que não é pouca… Um dia destes, quiçá agora nas férias, vou tirar umas fotos e partilho-as aqui convosco.
É que já não há armários suficientes e a minha cozinha, qual polvo, estendeu-se para onde podia. Facilmente se encontra livros, pratos, talheres, panos, paninhos e outros que tal, em qualquer gaveta ou prateleira da casa.
Quem tem um blog de culinária, sobretudo esses, compreenderão certamente do que falo! 🙂
Agora, que já me confessei, vamos ao que me trouxe aqui:
Tarte de Lamego
Ingredientes:
- 150 g de amêndoa moída (farinha de amêndoa)
- 6 gemas de ovo
- 3 ovos inteiros
- 500 g de açúcar
- 200 ml de água
- massa folhada*
- q.b. de açúcar em pó
*actualmente há uma boa oferta de mercado no que respeita à massa folhada. Mas, se tiverem tempo, podem sempre optar por fazer a vossa massa (ver receita abaixo).
Preparação:
Ligar o forno a 200ºC.
Levar ao lume um tacho com a água e o açúcar para fazer uma calda transparente (ponto de fio ligeiro).
Assim que atingir o ponto desejado, retirar imediatamente do lume e deixar amornar um pouco.
Num recipiente (prefiro sempre de louça, quando faço este tipo de doçaria) colocar um coador de malha fina e sobre este deitar as gemas e os ovos inteiros. (isto é importante, pois vai impedir que a membrana que envolve a gema se junte ao doce e lhe confira um sabor e textura desagradável).
Assim que os ovos tenham passado totalmente para o recipiente, retirar o coador e envolver a amêndoa.
Em fio, lentamente, incorporar a calda de açúcar. (uso apenas uma colher de pau para o fazer). Reservar.
Forrar uma forma de tarte (de preferência de fundo amovível) com a massa folhada (uso o papel vegetal para ajustar a massa à forma).
Verter a mistura (aparelho) preparada anteriormente, polvilhar, generosamente, com açúcar em pó e levar ao forno por cerca de 30 minutos. (a cor dourada e a capa que se forma na superfície, devido ao açúcar em pó, mostram que está pronta)
Deixar arrefecer, desenformar e servir.
Massa folhada
Ingredientes:
- 300g de farinha
- 250g de margarina para folhados
- Sal e água q.b.
Preparação:
Misture a farinha e o sal diluído na água e trabalhe a massa até a
ligar. Divida a margarina em 3 porções. Estenda a massa, espalhe sobre
ela uma das porções de margarina e enrole como um tapete. Repita esta
operação mais duas vezes até esgotar a margarina. No final, deixe
descansar 20 minutos.
A minha cozinha esta muito parecida! Ate ja se estendeu para o quarto de maquinas e sotao!! Adoro doces regionais e conventuais! E sou como tu, se for para fazer que seja como manda a lei! Essa tarte deve ser maravilhosa! Beijinhos
Como eu entendo isso! 🙂
Nós e as tralhas 😀
É mesmo… tentadoramente maravilhosa!
Beijinhos e bom fim de semana
Dou te razão apesar de fazer completamente o contrário. :-S
Eu sou daquelas que rouba no açúcar, na manteiga, etc e mesmo assim existe receitas que nem experimento (as que levam demasiado gemas) pois não quero voltar a pesar 100 kg…
Esse doce ficou com um aspecto delicioso e ao ver o teu post lembrei me da escritora Harry Eastwood "se é para pecar peca-se com tudo".
Beijinhos,
Clarinha
http://receitasetruquesdaclarinha.blogspot.pt/2015/08/dia-um-na-cozinha-e-os-sumos-detox.html
Pois… eu também não ando sempre nestas "andanças" 🙂
Era bonito, era! Também fujo constantemente a gorduras, açúcar, etc.
Mas quando faço estas receitas não consigo! Se o fizer, sinto que estou a profanar algo que é intocável.
Ahah, concordo com a escritora Harry Eastwood!
"se é para pecar peca-se com tudo".
Beijinhos,
Olivia
Eu também sou apologista de seguir à risca uma receita quando queremos experimentar. Ando em projectos para renovar a minha cozinha 🙂 Gosto tanto daquelas com as paredes escritas, mas como eu tenho tanta, tanta tralha, preciso de armários por tudo quanto é sítio! 🙂
Filipa, pelo menos estas relíquias da nossa gastronomia 🙂
No resto já podemos fazer as nossas experiências!
Ai… elas são todas tão irresistíveis! Difícil escolher uma!!!
Como eu entendo isso da tralha e dos armários! Oh vida… se entendo! 🙂
que aspeto…estou a babar….nunca experimentei…é um pecado essa tarte e que belo pecado, para fazer sem duvida nenhuma.
O Cantinho dos Gulosos
Então deve experimentar 😉
Um pecadito aqui e ali… tem que ser!
Que maravilha Olivia. Adoro este tipo de doces! Vou testar em casa, e quando chegar a altura das vindimas já sei que doce levar para Lamego. Relativamente à cozinha, não sou bloguer, mas compreendo-a lindamente pois um dos meus vícios são as louças!!! Lá em casa acontece o mesmo!
Beijinho
Obrigada, Sónia.
Sim, que bela ideia aparecer nas vindimas com esta luxuriosa tarte! Vão todos adorar a surpresa.
Pois é… nós e o vício das louças! 🙂
Beijinho
Como te compreendo,..às vezes leio na net, "receita de x, mas com alguns ingredientes alterados por mim!" então não ficou igual, e se é para experimentar, que seja,….
Adorei esta tarte de Lamego, vou levar a receita comigo 🙂
Beijinhos,
Espero por ti em:
http://strawberrycandymoreira.blogspot.pt/
http://www.facebook.com/omeurefugioculinario
Olá Mary.
Algumas receitas não merecem ser alteradas, pois não? 😉
Leva e experimenta! De certeza não terás arrependimento!
Beijinhos
Também já a fiz e é uma das minhas tartes favoritas! o único senão é a quantidade de açúcar que leva mas que é inesquecível é!
Bjs
E é tão boa, não é Iza?
Pois… uma tonelada de açúcar… ai ai 🙂
Bjs
Que aspecto delicioso!! Adoro estes doces com tradição, com uma origem nossa!!
Já fiquei com água na boca 😛
http://deaprendizachef.blogspot.pt
Obrigada, Daniel 😉
Este comentário foi removido pelo autor.
Que pecado!!! Não resisto e vou levar,…., talvez um destes dias desencaminhe uma "mão" cheia de pecadores Bjs
Adoro doces conventuais. Ando a pensar há muito fazer esta receita mas tinha que tirar 400 gramas de açúcar.
Beijinhos
Ahahah! O que me ri com o "tirar 400 gramas de açúcar" 🙂
Se funcionar, também a farei mais vezes 😉